domingo, 4 de novembro de 2012

Intocáveis e Flores do Oriente



Sei, sei, já faz muito tempo que não escrevo no blog. Inclusive, devo confessar que não me lembrava da senha. Lamentável, mas pura verdade. Contudo, cá estou, mais de um ano depois, para escrever outra crítica de cinema. Quando era mais assíduo no blog, pensei diversas vezes em escrever sobre o cinema estrangeiro, sobre grandes clássicos como A Vida é Bela ou Amelie Poulin, mas acabei nada escrevendo.

Volto a este espaço hoje, mais uma vez por meio uma postagem dupla, para contemplar sim o cinema fora de Hollywood, mas não os clássicos citados (ainda não pelo menos!). Duas produções internacionais recentes são meus alvos, as quais infelizmente ainda não são conhecidas do público geral. Pretendo ajudar minimamente fazendo minha parte e compartilhando as experiências que tive assistindo ambas as películas.

O primeiro deles se chama “Intocáveis” e é uma produção francesa lançada em 2011. Em linhas gerais, o filme conta a história de dois personagens, um milionário, tetraplégico, com uma vida triste e sem graça, apesar de toda a sua fortuna, e um negro, pobre, recém-saído da prisão, com uma vida difícil, mas com alegria, vigor e espontaneidade de sobra para desfrutá-la. O roteiro faz o caminho dos dois se cruzarem, e nos mostra o surgimento de uma linda amizade, com a troca de experiências e vivências, e como um muda a vida do outro sem nem perceber. O filme é um drama, mas com situações e cenas divertidíssimas, de forma que quem tem a oportunidade de assisti-lo alterna constantemente risadas e lágrimas nos olhos. É uma obra completa, com um enredo leve e engraçado, e ao mesmo tempo pesado e dramático, sempre lhe trazendo de volta das gargalhadas pra uma boa reflexão sobre a vida. É uma história real, contada com maestria, que gerou um dos melhores e mais aclamados filmes do ano. Vale muito a pena conferir.

O segundo se chama “Flores do Oriente” e é um filme chinês (é, isso mesmo, chinês), também de 2011. Primeiramente, é importante que não se deixe qualquer preconceito sobre a origem do filme afetar a sua opinião ou até mesmo impedir que você o assista. Falo isso por experiência própria, tendo em vista que eu mesmo evitei durante um tempo assisti-lo, sempre o deixando em segundo plano e dando prioridade aos vários filmes americanos que saem toda semana no mercado. Dessa forma, é preciso que se dê um voto de confiança e uma oportunidade ao filme (e ao blogueiro), e garanto que irão se surpreender. A história se passa durante o massacre de Nanquim na década 1930, durante a invasão japonesa. No entanto, não se trata de um mero filme de guerra, esta é apenas um plano de fundo para os acontecimentos do filme. Um coveiro, interpretado magistralmente por Christian Bale (o Batman pra quem não conhece), entra na cidade no meio da guerra para enterrar um padre numa igreja católica, e lá depara com uma situação bastante peculiar: um grupo de jovens estudantes e um grupo de prostitutas locais se refugiam na igreja, e ele de repente se vê obrigado a ser o líder e responsável por todas elas, o que traz toda uma mudança de concepção de vida no personagem. O filme é um drama puro, com muitas cenas que levam os espectadores às lágrimas, e nos mostra como um ser humano é capaz de ser mal e cruel, e, ao mesmo tempo, trazer-nos esperança, sacrifício e altruísmo. É, sem dúvida, um dos melhores filmes do ano, apesar de ainda desconhecido do público em geral.

Assim, finalizo essa postagem dizendo que esses filmes me inspiraram a deixar a preguiça de lado e voltar a escrever depois de tanto tempo. Espero que vocês possam assisti-los e desfrutá-los ao máximo como eu fiz, e que, aos poucos, os dois se tornem clássicos do cinema não hollywoodiano. Leiam e comentem. Abraços. 


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Felicidade não se compra

Um amigo meu da Faculdade me indicou esse filme e minha primeira reação foi zombar dele, brinquei com o ano em que foi feito, falei que era muito antigo, que não conhecia os atores e que nunca tinha ouvido falar do filme, mas, como nunca desprezo uma indicação, procurei-o para assistir. Foi nesse momento que reaprendi a lição que vou tentar passar pra vocês agora: NUNCA DESPREZEM OS CLÁSSICOS!

O filme é simplesmente espetacular, um dos melhores filmes que eu já assisti em toda a minha vida. Descobri em leituras posteriores que é um grande clássico americano e que é considerado uma das mais belas histórias do cinema. Ainda, foi a primeira vez que tive a oportunidade de ver o ator James Stewart em ação, protagonista do filme, que até então era um total desconhecido pra mim, mas era o queridinho de Hollywood na época, estrela de clássicos do grande diretor Alfred Hitchcock como “Janela Indiscreta” e “Um Corpo que Cai”.

Tendo dito isso, venho indicar pra vocês “A Felicidade Não se Compra” ou “It’s a Wonderful Life”, produzido no ano de 1946 e dirigido pelo grande Frank Capra. Conta no núcleo dos protagonistas com o já comentado James Stewart e com a adorável Donna Reed. Os demais personagens que compõem a trama também são encantadores, e completam o necessário para fazer desta obra a belíssima história que é.

A história em si ainda acompanha o clima de natal e ano novo em que estamos. Trata-se de um conto de natal, no qual o personagem principal George Bailey, vivido por Stewart, tenta se suicidar na véspera de natal por estar com graves problemas financeiros. Diante de tal situação, Deus manda um anjo à Terra para dissuadir George de suas intenções e mostrar pra ele o que ele significa para todas as pessoas que já conviveram com ele. A partir disso se desenrola a trama do filme, fazendo todo um flashback da vida do protagonista e contando a história de um rapaz totalmente altruísta, que em todas as oportunidades da vida se importou mais com os outros do que com si mesmo.

O filme traz cenas memoráveis, bastante românticas e engraçadas, com diálogos super inteligentes. A interação entre os protagonistas também dá gosto de se ver, porque a química entre os dois é irresistível. Ainda, acima de tudo, o filme traz uma bela mensagem, que a grande maioria das pessoas de hoje precisam se lembrar, qual seja que dinheiro não é tudo na vida, que os amigos nos ajudam nas horas de dificuldade e que a felicidade não se compra. Assim, principalmente nessa época, quando tentamos refletir o que fizemos de errado no ano que se passou, nada melhor do que um filme como esse, para se assistir em família ou com os amigos.

Finalmente, nunca desprezem os clássicos, porque existem histórias atemporais, que não se desgastam nem um pouco com as décadas que se passam, como é o caso desta película. Muito pelo contrário, o filme em preto e branco às vezes se torna bem mais classudo do que muitos dos filmes atuais, principalmente com as grandes atuações das estrelas de antigamente. Ainda, se me perguntassem se eu gostaria que a história fosse regravada, com a tecnologia moderna, com cores, e com os atores de hoje, eu diria categoricamente: NÃO, o filme é um clássico por si só e é perfeito do jeito que foi gravado, devendo ser apreciado dessa forma.

Por hoje é só, espero que consigam achar o filme nas locadoras ou na internet e que possam apreciá-lo da mesma forma que eu. Assistam e comentem. Feliz Natal e um Próspero Ano Novo para todos. Segue o trailer.

http://www.youtube.com/watch?v=PmmWqzE1DRA

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2


Nesta continuação, os produtores tiveram o maior cuidado possível para que não vazasse nada do filme antes da estréia, para não correr o risco de ver DVDs piratas por aí antes mesmo do filme entrar em cartaz, como aconteceu com o primeiro. Para isso, o Diretor José Padilha não gravou nenhuma cópia em DVD, mas somente em rolo de projeção, distribuindo pessoalmente a película para todas as salas de cinema que estão exibindo o filme no Brasil. Ainda, explica o tão elevado número de espectadores que o filme vem tendo, visto que ninguém conseguiu piratear o filme antes de seu lançamento.

“Tropa de Elite 2” possui o mesmo diretor do primeiro filme, José Padilha, que faz mais um trabalho espetacular e inovador. Além disso, mantém a base do elenco do primeiro filme, com Wagner Moura no papel do marcante Nascimento, agora Coronel, e os demais personagens da trama, com André Ramiro, Milhem Cortaz e Maria Ribeiro. Conta ainda com participações especiais como a de Seu Jorge, como líder do Comando Vermelho em Bangu I, e, Dudu Nobre, que não se consegue identificar em nenhuma cena, mas compõe os figurantes do BOPE.

Bom, o que falar de “Tropa de Elite 2”? É melhor do que o primeiro? SIM! O filme evoluiu, adquiriu um caráter crítico, político. O primeiro tem como principal objetivo chocar seus espectadores, mostrar a corrupção dentro da polícia, expor os mecanismos e esquemas mais absurdos que ela usa para se manter no mundo dos crimes, e, ainda, a violência, a tortura, que acontecem nas favelas e morros das grandes cidades. O segundo é mais denso, os personagens ganham uma maior carga dramática e psicológica, além de nos mostrar com perfeição que “o sistema” não se restringe a polícia e ao tráfico, mas é algo bem mais amplo que isso, englobando toda a estrutura política do país.

O filme faz pesadas críticas à política do nosso país. Mostra como as pessoas honestas e íntegras, que tem o sentimento e a vontade para mudar os rumos do país, são absorvidas pelo “sistema”, tornando-se inoperantes dentro de tamanha corrupção. Expõe como os políticos utilizam e manobram a classe mais pobre da população para seus próprios interesses, como base eleitoral, meio para angariar fundos, e local para esconder as ilegalidades das campanhas, não tendo nenhum interesse que a situação da comunidade melhore, pois perderiam todo esse amparo, que, infelizmente, sustenta a política do Brasil.

No entanto, o filme não se limita a isso. Ele é eletrizante, carismático, engraçado, dinâmico. Consegue manter a ação do primeiro filme, não se sabe o que vai acontecer na cena seguinte. Traz novos bordões, no estilo dos consagrados: “Pede pra sair!”, “Não vai subir ninguém!”, “Nunca serão!”, que marcaram o imaginário popular, sendo repetidos durante meses por todos que apreciaram o filme.

As atuações são magistrais, tanto dos heróis como dos vilões da trama. O espectador sente a vontade constante de poder ajudar o Coronel Nascimento de alguma forma em sua luta contra a corrupção, bem como de acabar com os políticos e policiais corruptos que alimentam o “sistema” e destroem a vida da população.

Finalmente, esta é a lição que o filme passa, nós podemos ajudar, nós podemos nos manifestar, nós temos como mudar e acabar com o sistema, através do nosso voto consciente, da nossa honestidade, integridade, que deve nos fazer eleger representantes que objetivam o bem maior da sociedade, e não apenas a satisfação de seus interesses pessoais.

Assim, encerro por aqui, desejando que todos continuem assistindo a “Tropa de Elite 2”, pois é uma fantástica obra do cinema brasileiro, que precisa ser valorizada à altura. Se ainda não tiverem visto nenhum dos dois e desconheçam a mítica do BOPE & Cia, assistam, vale muito a pena! Comentem aqui o que acharam do filme. Segue o trailer.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=gsZP9ZX3fsI

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Origem


Amigos, estava com saudade de escrever por aqui. Vi alguns filmes nas últimas semanas que me motivaram a compartilhar novamente minhas experiências cinematográficas, e quem sabe, ajudá-los a terem as suas próprias. Inclusive, como podem notar, dei uma reformulada no layout do blog. Acredito que agora ficou mais interessante e compatível com o objetivo de nossos textos, que é pura e simplesmente explorar e divulgar a sétima arte.

Isto sendo dito, voltemos ao que interessa. “A Origem” ou “Inception”, filme de 2010, do Diretor Christopher Nolan, o mesmo de “Batman – O Cavaleiro das Trevas” e “O Grande Truque”. É importante destacar o grande crescimento deste diretor, que vem, cada vez mais, aperfeiçoando seus filmes em busca da perfeição. E com “A Origem”, ele chega bem perto disso.

Contamos com um elenco de estrelas, encabeçado por Leonardo di Caprio, em mais uma grande atuação, o que vem se tornando freqüente em todos os seus trabalhos. Há muito tempo já deixou de ser o simples galã bonitinho de “Titanic” e “A Praia” para se tornar um excelente ator. Seguem ainda Marion Cotillard, Michael Caine, Ellen Page, Tom Berenguer, Joseph Gordon Levitt e Cillian Murphy.

No que diz respeito ao enredo, “A Origem” é revolucionário, mostrando-nos o mundo dos sonhos de uma forma que nunca poderíamos ter imaginado. O que aconteceria se pudéssemos inventar um aparelho que nos permitisse compartilhar sonhos com outras pessoas? Como a nossa realidade iria se projetar no imaginário de um sonho? Seria possível que informações e segredos guardados em nossa consciência pudessem ser roubados por aqueles que entram nos sonhos? Qual seria a proporcionalidade temporal entre a duração do sono e o tempo decorrido no sonho? O que aconteceria se sonhássemos dentro de outro sonho? O que acontece enquanto estamos dormindo interfere de alguma forma no que estamos sonhando? E por último, se fosse possível extrair informações dos sonhos de outras pessoas, também seria possível inseri-las? O filme parte de simples premissas, cujas respostas são absolutamente fantásticas, construindo um mundo nunca dantes visto.

A partir daí, temos uma história muito bem trabalhada, recheada de efeitos especiais, que exige a máxima atenção para ser compreendida. Infelizmente, não posso comentar muito mais sobre o que se passa na película, pois jamais esvaziaria o filme para quem ainda não viu. Por isso, quem já assistiu comenta suas teorias e indica para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ver, para que também possam entrar no debate. Eu tenho a minha.

Posso dizer, enfim, que é imperdível, que traz cenas épicas e seqüências memoráveis, que possui atuações magníficas, que os aspectos técnicos são sensacionais (efeitos especiais, som, fotografia, figurino), que nos dá várias linhas de interpretação e muito sobre o que refletir para entender o que realmente se passa. Não se sabe mais o que é sonho e o que é realidade.

Durante o filme, ingressamos realmente em uma grande viagem, em um grande sonho, desejando que ele nunca acabe, que fiquemos ali pra sempre, noutro mundo.

É, sem dúvida, a obra que melhor trata de realidades paralelas desde “Matrix”, o que lhe concede o posto, na minha modéstia opinião, de melhor filme do ano até agora, tornando-se programa obrigatório para qualquer amante de um cinema de qualidade. Espero voltar a postar em breve. Abraços. Segue o trailer.

Trailer - http://www.youtube.com/watch?v=m9TAv-04qSs

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Uma Lição de Amor


Amigos, longa foi a minha ausência das páginas desse blog, e nesse período, muitos foram os filmes que assisti. Muitos ruins, alguns bons, e poucos e raros de tirar o fôlego. Por causa disso, venho hoje com uma postagem solo sobre o filme que me inspirou a recomeçar meus trabalhos aqui, ao perceber que muitos podem nunca ter tido a oportunidade de assistir à essa obra prima do cinema norte americano. Este filme me fez perceber que uma hora do meu tempo pode se transformar em valiosas duas horas de um magnífico filme nas casas de alguns de vocês, e por isso, escrevo.

O inspirador filme de hoje se chama Uma Lição de Amor, ou I am Sam, na versão em inglês, e é relativamente antigo. Sua produção é datada do ano de 2001 e conta com a direção de Jessie Nelson, até então uma desconhecida pra mim, mas cujo trabalho passei a admirar depois de ver este filme. O elenco é liderado por Sean Penn, ator consagrado por Hollywood, vencedor de dois Oscars de Melhor Ator por seu trabalho em Sobre Meninos e Lobos e, recentemente, em Milk, no ano passado. No entanto, na minha opinião, a melhor atuação de sua carreira e uma das melhores que já vi na minha breve história de admirador do cinema mundial, recebeu "apenas" uma indicação ao Oscar de Melhor Ator, no papel do retardado mental Sam neste lindo Uma Lição de Amor. A também já indicada ao Oscar Michele Pfeiffer nos traz uma performance magnífica e emocionante como uma advogada rica, inteligente e fria, que volta à vida após conhecer Sam, personagem de Sean Penn. Ainda, mas não menos importante, a super talentosa Dakota Fanning, que apenas aos sete anos já nos dava uma magnífica prévia do que seria sua carreira como atriz ao viver a filha de Sean Penn. Para quem não se lembra dela, é a menininha de Guerra dos Mundos e Amigo Oculto. Parece muito, mas esses são apenas os personagens principais do filme, o restante do elenco é fantástico, contando inclusive com a participação de alguns deficientes, o que dá um toque de realidade ainda maior ao filme.

O último detalhe mencionado é o que torna a atuação de Sean Penn ainda mais admirável, não se pode distinguir entre ele e os demais deficientes mentais que aparecem no filme, ele é sublime do primeiro ao último minuto. O filme mostra como Sam, que tem idade mental de uma criança de 7 anos, toma conta de sua filha, Fanning, e o que acontece quando tentam separá-lo dela, trazendo-nos a batalha judicial e o relacionamento contagioso de amizade que vai crescendo entre Sam e sua advogada, Pfeiffer.

Quaisquer adjetivos ou descrições que eu usar aqui não chegam aos pés do que apenas 10 minutos de filme pode nos trazer em termos de emoção, sensibilidade, amor e carinho. O filme é simplesmente lindo, puro, inocente, magnífico, como há muito tempo eu não via. Ele não é em nenhum momento arrastado ou monótono, prende sua atenção, seu coração e sua mente durante a completude de suas duas horas. Mas se isso tudo não bastasse para já fazer desse filme um dos meus favoritos de todos os tempos, a trilha sonora é fantástica, toda com músicas dos Beatles como os sucessos Strawberry Fields Forever, Across The Universe e Blackbird, em versões belíssimas que concedem ao filme o que faltava para se tornar uma obra de arte.

Quem já assistiu sabe do que estou falando, e quem ainda não teve a oportunidade, não perca tempo! Alugue ou baixe, sei lá, mas assista ao filme, espero que minha empolgação e sentimento ao escrever estas palavras façam vocês compartilharem dessa linda e inspiradora experiência, que rarissímos filmes nos trazem.

Espero sinceramente não desaparecer mais uma vez das páginas deste blog, para continuar compartilhando sensações e momentos como este com vocês. Assistam e comentem! Em breve estarei aqui com alguns dos indicados ao Oscar desse ano. Por enquanto, segue o trailer...

http://www.youtube.com/watch?v=EROTbDCr5ag

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Troca e Dúvida



Amigos, peço novamente desculpas pela longa ausência de posts, dessa vez de meses, mas aqui estou de volta para direcioná-los a bons filmes e afastá-los daqueles abomináveis que são total perda de tempo. Hoje trago dois filmes cujas atrizes foram indicadas ao Oscar desse ano, com esplendorosas atuações: A Troca e Dúvida. Filmes que não foram muito comentados pela crítica, que ficaram apenas nas sombras dos fenômenos Slumdog Milionaire e Benjamim Button, alvos da última postagem, mas que são de excelente qualidade.

O primeiro deles, A Troca, é de 2008 e conta com a direção do experiente e premiado diretor Clint Eastwood, o mesmo de Menina de Ouro. O elenco é liderado pela bela Angelina Jolie e pelo sempre marcante John Malkovich. Um ponto interessante é que nesta obra, Jolie se desvincula do seu biótipo normal de personagem, mulher sensual e provocante, com muita ação, tiroteio, correria, porém o que vemos em A Troca é uma mulher extremamente recatada, simbolizando o comportamento feminino do início do século, com longos vestidos, prevalecendo o lado psicológico, mental, dramático da atriz, o que foi muito bom de assistir. A trama é super envolvente, retrata um fato real, contando o desaparecimento do filho de Jolie e todo o processo subseqüente a este acontecimento. O roteiro é muito bem escrito, proporcionando cenas sublimes com muita emoção e dramaticidade. Malkovich também acompanha o ritmo do filme em uma excelente performance, fazendo cenas de arrepiar. Achei que Angelina merecia ter ganho o Oscar pela sua atuação, pois superou de longe todas as outras concorrentes do ano, inclusive a vencedora Kate Winslet em O Leitor, configurando uma injustiça cometida pela academia. Resumindo, o filme é bastante tenso, nervoso, angustiante, com muito suspense e drama, recheado de destacadas atuações. Está chegando agora nas locadoras, aproveitem para assistir e depois comentar aqui.

Já o segundo, Dúvida, também é de 2008 e tem a direção de John Patrick Shanley. O elenco é fantástico, liderado pela atriz mais indicada ao Oscar em todos os tempos, Meryl Streep, completando sua 15ª indicação com a desse ano, o já vencedor do Oscar por Capote, Philip Seymour Hoffman, e a ingênua e belíssima Amy Adams, a eterna princesa de Encantada. O filme tem como enredo base os acontecimentos passados no interior de uma escola mantida pela igreja numa cidade do interior dos Estados Unidos. Todos os atores encarnam com perfeição o sacerdotismo, transparecendo bastante realidade para quem está assistindo. O roteiro é muito inteligente, altamente metafórico, muito bem escrito e com diálogos geniais. Com interpretações fabulosas, de grande dramaticidade, algumas cenas marcam e arrepiam, como a discussão entre Hoffman e Streep, que já valeria qualquer ingresso, ou o sermão dado por Hoffman sobre a fofoca, de um simbolismo e profundidade fantásticos. Além disso, figuras pouco conhecidas como a atriz Viola Davis protagonizaram grandes cenas, que acabaram rendendo uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. O enredo foca muito a atenção, envolve, e no final o que restam são dúvidas...

Assim, encerro minha participação de hoje, peço que continuem comentando e assistindo, e eu vou tentar escrever com mais freqüência por aqui. Seguem os trailers. Um abraço a todos.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamim Button e Slumdog Milionaire




Caros amigos, a indústria hollywoodiana nos presenteou no início desse ano com duas obras primas do cinema, filmes que já figuram nas telonas ou vão figurar daqui a bem pouco tempo, e que estão concorrendo aos principais prêmios do ramo cinematográfico de 2009 como o Oscar e o Globo de Ouro. São elas: O Curioso Caso de Benjamim Button e Slumdog Milionaire.

O filme conta com a direção de David Fincher e os protagonistas da história são interpretados por Brad Bitt e Cate Blanchett, e é baseado na grande obra de F. Scott Fitzgerald. Vale salientar já nesse ponto que se podia esperar muito dessa parceria já conhecida dos cinéfilos de plantão. Quando Pitt e Fincher se juntam, o resultado nunca decepciona. Foi assim em Seven, Os Sete Pecados Capitais, de 1995, e em Clube da Luta, um dos filmes de maior sucesso das últimas décadas, de 1999. Nesse reencontro, em O Curioso Caso de Benjamim Button, não foi diferente, e sim melhor!!! Como já disse no início, o filme é uma obra-prima, sublime, a adaptação do roteiro é fantástica, o enredo é muito bem apresentado e a história é extremamente agradável de se acompanhar. Alguns críticos dizem que o Diretor pecou pela duração da obra, que nos ilumina durante 2 horas e meia, eu digo não! Não se poderia excluir nenhum diálogo, nenhuma cena, por mais minúscula e insignificante que pareça, todas compõem o enredo com uma perfeição absoluta. Além do mais, isso não passa da média de duração da grande maioria dois filmes da atualidade. A fotografia da obra, os efeitos digitais e a maquiagem são fantásticas, os atores se transformam com uma verossimilhança incrível, podemos ver um Brad Pitt velho e adolescente, o mesmo acontecendo com Cate Blanchett que está absolutamente deslumbrante, mostrando uma beleza que raríssimas vezes observamos em seus papéis. O título do filme já transparece muito bem a base do tema da história, que é uma pessoa que nasce velha e vai rejuvenescendo com o tempo. Em uma profunda discussão com um amigo, a respeito do filme, chegamos a um consenso sobre a moral da história, que é a plenitude da vida. O que importa é ser realmente feliz, e não se a vida acontece normalmente ou ao contrário, se você trabalha ou não, se você ainda tem muito o que viver ou só o que lhe resta são lembranças, se você gosta de dança ou tatuagens, o que vale são os momentos plenos. Todos esses são elementos que se pode encontrar na trama. Para completar, lembro que O Curioso Caso de Benjamim Button foi indicado a 13 Oscars, e levou 3.

O segundo que indico hoje também é uma obra de arte, Slumdog Milionaire ainda não estreou no Brasil, mas assim que o fizer, assistam, não vão se arrepender. O filme tem a direção de Danny Boyle, o famoso de Diretor de Trainspotting, o filme que revelou o ator Ewan McGregor para o cinema. Os principais atores do filme são: Dev Patel, Anil Kapoor e Freida Pinto. Conhecem??? Nem eu conhecia, mas isso é o que torna esse filme tão bom, ele é histórico, ele é a primeira parceria entre a indústria de cinema americana, Hollywood, e a indiana, Bollywood. Todos os atores são indianos, a grande maioria nunca havia atuado, eram moradores de favela, mas nos cativam de uma forma inexplicável. É impossível assistir ao filme sem se emocionar com os dramas pessoais dos personagens. A obra tem status de grande produção e se passa todo na Índia, mostrando pontos importantes do país como o Taj Mahal. Mas diferente do que se possa imaginar, o filme não se trata de pobreza, miséria, isso é o pano de fundo para a parte central, que é um paixão indestrutível entre os protagonistas que tenta resistir a tudo e a todos. O enredo trata de um Quiz Show: Quem Quer Ser Milionário, daí o nome do filme em português, e a partir disso o protagonista vai nos contando toda a sua história. O roteiro do filme é fantástico!!! Tudo é perfeito, tudo se conecta, tudo é lógico e majestoso, fazem até uma intertextualidade com a obra de Alexandre Dumas, Os Três Mosqueteiros, que tem um papel brilhante no filme. Ganhador do Globo de Ouro de Melhor Filme, indicado a 10 Oscars, ganhador de 8 estatuetas, incluindo melhor filme e melhor diretor, e na minha opinião, o melhor filme de 2009, independente dos outros que possam vir a ser lançados, esse realmente marca e cativa! Assistam e assistam, é só o que tenho a dizer, nada que eu possa falar se aproxima do que o filme passa pra quem o vê.

Por hoje é isso, aproveitem as indicações, pois ambos são filmes daqueles que marcam a gente. Continuem comentando e dando suas opiniões. Abraço a todos! Seguem os trailers.